- Thiago Anastácio
A DEPUTADA QUE IRRITA PRESIDENTES
Por Thiago Anastácio
Advogado Criminalista
Juliana Brizola, ilustre deputada estadual rio-grandense, sofreu ataques de um ator de novelas, um dos atuais Presidentes do Brasil - segundo ele mesmo.
Para ser atacada, bastou à deputada defender a candidatura de Ciro Gomes.
Uma pena que tenhamos dois presidentes em exercício tão parecidos, tão distantes das proteções que a democracia deveria ter e nos oferecer.
Perde o Brasil;
Perde o debate sadio que deveríamos ter;
Perde a luta pela inclusão das mulheres na política nacional;
Perde o respeito que devemos ter com nossos concidadãos;
Perde o silêncio, esse ouro que os tolos ainda não conhecem;
Perde a luta contra o preconceito que viola milhões de brasileiros que na crise e na falta de esperança (causadas pela corrupção dos últimos 20 anos e pela política do “vamos fazendo no caminho”), não sabem se terão leitos de um hospital para os seus pais ou professores para os seus filhos;
Perdem muitos brasileiros que precisam tomar medicamentos para terem força diante de tanta desgraça e ainda assim precisam de forças para cuidar dos seus filhos, para trabalhar e até para evitarem o ato desesperado do suicídio.
Tomar remédio não é vergonhoso! Procurem ajuda! Não pensem que tomar remédios é motivo de ironia ou argumento chulo para as politicagens baratas dos cacarecos em grupos de zap!
Estamos cada vez mais intolerantes e o pior, estamos mostrando nosso lado perverso. Pois é nessas horas que aparecem os “filhotes da ditadura”, só que os do outro lado...
Dos que ironizam e contam mentiras para evitar que ironizem seus grandes generais presos por corrupção, ou aos seus líderes que queriam expulsar jornalistas do país e suas afáveis relações com ditaduras que torturaram e mataram aos milhares, entre pacíficos ativistas e poetas!
Vocês acreditam que até hoje essa gente, que se diz democrata, não teve a coragem de dizer que Cuba e Venezuela são regimes ditatoriais?
E qual a sua fuga argumentativa... A autodeterminação dos povos!
“- Bolsonaro, seu ditador!”
“- Castro, se autodetermine!”
Lindo isso, não é mesmo?
Juliana, como se sabe, é neta de Leonel Brizola. Com os pais teve que ir para o exílio, depois que o avô sofreu na pele as perseguições de quem vive a mesma vida, mas do outro lado da moeda das intolerâncias... De quem não aceita que se pense diferente, se propondo a fazer diferente, para que as coisas talvez sejam diferentes um dia.
Leonel Brizola, com muitos sabem, de ligações estreitas com Jango, o presidente da República golpeado em 64 e que casado com a irmã do Presidente deposto, curiosamente a avó de Juliana.
Brizola viveu a perseguição quando pequena e é uma pena que agora seja perseguida por apoiar, certa ou errada, não importa aqui, outros caminhos para um país em frangalhos, com a sua pauta, a educação, justamente o que falta aos que agora a atacam.
Que as mulheres consigam acabam com a toxicidade dos machos podres da direita e da esquerda, escondidos atrás de discursos que não sobrevivem a um pouquinho só de memória.