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  • João André de Oliveira Gregio

A necropolítica do Governo Bolsonaro


 

por João André de Oliveira Gregio,

entusiasta quando o assunto é política, atualmente cursando jornalismo na UNAERP.

 

De acordo com o jornal Folha de São Paulo, em setembro de 2020, o governo do estado de Goiás pediu duas vezes para que o Hospital de Campanha de Águas Lindas construído pela gestão Bolsonaro não fosse fechado, mas o mesmo hospital fechou em outubro naquele mesmo ano, acabando assim com 200 leitos.


O governo de Goiás afirmou que os pedidos foram feitos por forma de ofício no começo de setembro do ano passado e que depois foi feito presencialmente, mas esses pedidos foram feitos em vão, pois no dia 22 de outubro de 2020, por decisão do Ministério da Saúde, o hospital foi desativado.


A necropolítica do governo Bolsonaro não é tão nova assim, desde do ano passado o Ministério da Saúde vem sendo parte dessa política de morte.


"É simples assim: um manda e o outro obedece" disse o ministro Pazuello no dia 22 de outubro daquele ano.


Naquele dia o ministro confirmou que iriam recusar 46 milhões de doses da CoronaVac. Mas não foi só a CoronaVac que foi recusada. O Ministério da Saúde ignorou a oferta da Pfizer, realizada em agosto, de cerca de 70 milhões de vacinas que seriam entregues em dezembro de 2020, conforme informado em nota pela companhia.


O ministro Pazuello foi avisado sobre a falta de oxigênio em Manaus. Sabem o que ele fez para resolver esse problema? Nada.


Cloroquina acima de tudo


O governo federal junto com o Ministério da Saúde priorizou um remédio sem comprovação cientifica. Fizeram-se garotos propaganda para algo que já foi comprovado por estudos sérios que não combate e nem previne a COVID-19. O governo gastou cerca de R$ 90 Milhões, dinheiro que poderia ser usado na compra de vacinas e também na produção das mesmas, gasto esse que de acordo com o MP foram supostamente superfaturados.


O resultado dessa política


Com esse negacionismo propagado pelo governo federal, Bolsonaro expôs 210 milhões de habitantes ao ridículo, à vulnerabilidade do vírus e à morte. Por conta dessa política pública do governo que apenas 2,19% da população brasileira foi totalmente imunizada até nesse momento (somente 7% recebeu a primeira dose da vacina).


Com tudo isso, o STF abriu um inquérito para apurar a atuação de Pazuello na crise de oxigênio em Manaus. Por conta do centrão, Bolsonaro decidiu escolher outro ministro da Saúde. Podendo fazer com que o inquérito do STF fosse em primeira instância, Bolsonaro rapidamente age mostrando querer proteger Pazuello, falando em até criação de um Ministério da Amazônia para colocá-lo como ministro, isso mostra que o Bolsonaro está mais interessado em defender seus amigos e interesses do que a própria população brasileira.



Referências:


(Camila Mattoso, Goiás diz que pediu duas vezes que hospital de campanha não fosse fechado, mas Bolsonaro negou, Folha de S. Paulo, 2021);

( Giulia Vidale, Governo federal ignora proposta de compra de vacina da pfizer, VEJA, 2021);

(André Shalders, Governo Bolsonaro gasta quase R$ 90 mi em remédios ineficazes, mas ainda não pagou Butantan por vacinas, UOL, 2021);

(Leandro Prazeres, MP pede que TCU investigue suspeita de compra superfaturada de cloroquina pelo Exército, O Globo, 2020);

(Isadora Peron, Inquérito no STF contra Pazuello deve ir à primeira instância se ministro sair do governo, Valor Econômico, 2021);

(Igor Gadelha e Pedro Teixeira, Bolsonaro estuda criar ministério para abrigar Pazuello, CNN Brasil, 2021)

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