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  • Carlos Eugênio dos Santos Lemos

As promessas do 5G

Atualizado: 24 de jul. de 2021


As relações econômicas entre os países fazem parte do cotidiano do mundo globalizado. Brasil, China e Estados Unidos têm hoje uma relação dinâmica e enorme em quantidade de troca entre os países. O 5G entrou em pauta no ânimo dessas relações e as discursões apenas começaram. O ministro brasileiro das comunicações, Fabio Faria (PSD-RN) comunicou que o leilão do 5G vai acontecer no começo de 2021. Mas o que é o 5G?


Tendo em vista a relevância desse tema, este é o primeiro de uma série de três textos que virão para discutirmos a conjuntura e o impacto da nova geração de tecnologia das redes móveis no Brasil. As negociações acerca do 5G para redes móveis e de banda larga no mundo estão a passos largos. Essa nova tecnologia que se apresenta vai muito além de melhorar a velocidade do seu plano de internet móvel. Apesar de ser um dos atrativos para a população que usa constantemente as redes atuais e sente a necessidade de mais rapidez, o 5G permitirá que mais usuários acessem o recurso simultaneamente. Os números chegarão a aproximadamente cem mil aparelhos conectados por metro quadrado. Ou seja, além de aumentar a velocidade das conexões, o 5G irá disponibilizar uma maior cobertura e uma maior estabilidade na conexão.


As inovações que surgiram ao longo dos anos desafiam as redes de conectividade pelo mundo. Carros autônomos, celulares, câmeras de segurança, maquinário automático das fábricas e até maquinas de lavar utilizam-se das redes moveis. Por isso, o 5G é essencial para um mundo cada vez mais conectado. Estabilidade e rapidez das redes são pilares importantes para esse novo mundo, onde Drones podem ser utilizados para auxiliar as equipes de resgate em desastres, por exemplo, com as transmissões de imagens em tempo real para um melhor planejamento de resgate das possíveis vítimas.


O grande desafio do 5G será lidar com uma grande quantidade de dispositivos conectados. Quando os filmes de ficção traziam a casa inteligente, onde a tecnologia era capaz de identificar e comunicar ao seu proprietário possíveis problemas que possam vir a surgir na casa, consequentemente, indicando o conserto, hoje, estamos mais próximos desse mundo. Os sensores de uma futura casa autônoma irão se interligar em um sistema de comunicação com essas informações. Mais aparelhos conectados em rede, mais sobrecarga. Como as redes atuais iriam suportar isso? Não iriam. Por isso o advento da tecnologia 5G.


A União Internacional de Telecomunicações (UIT), agência da Organização das Nações Unidas (ONU) elencou três principais áreas de aplicação dos recursos ofertados pelo 5G. A Banda Larga Móvel Aprimorada (eMBB) é a progressão do 4G. Uma maior velocidade na conexão, beneficiando a conexões em locais de maior tráfego, por exemplo, no centro de uma grande cidade. A próxima são as Comunicações de Baixa Latência Ultra Confiáveis (URLLC). É nessa categoria que entra a conexão das novas tecnologias. Na rede para aplicativos que precisam de uma robusta troca de dados de forma estável e interrupta, por exemplo, entram automação de fábrica, internet industrial e rede inteligente. Na última categoria encontra-se as Comunicações Maciças de Tipo de Máquina (mMTC), parte para a grande quantidade de dispositivos de internet das coisas a serem conectados na rede. As três categorias juntam as melhorias citadas do 5G à maior velocidade da internet, à troca de dados, à estabilidade promovida pela rede e, por fim, a conectividade de milhões de dispositivos loT (internet das coisas).


As torres de 5G terão um curto alcance, o que nos revela dois problemas. A segurança dos dados dos usuários e o tamanho da cobertura a ser implantada. Vamos começar com a segurança. Com um conjunto de artifícios adequados, ataques às torres poderiam revelar a posição do usuário, além de suas preferências, justamente pela grande quantidade de dados sendo transmitida pelas redes. Quando falamos da cobertura das redes 5G, falamos de um investimento considerável em infraestrutura. Para conseguir uma cobertura mínima nos grandes centros, torres deverão ser implantadas em centros comercias em diversos pontos. Isso significa, simultaneamente, investimentos com segurança e estrutura.


E onde o Brasil entra aqui? Já está em curso em nosso território a experimentação dessa tecnologia no campo. No estado de Goiás, a empresa Huawei em parceria com o governo estadual e a operadora Claro iniciaram, no dia 2 de dezembro de 2020, um projeto que busca incrementar a produtividade na agricultura. O projeto tem duração de um ano, sendo a primeira vez a ser utilizada no setor agrícola. Com a maior rapidez e estabilidade da rede em compara a quarta geração, a rede 5G permite a utilização de Drone para acompanhar a lavoura. Cria-se a possibilidade de prever com uma maior antecedência um possível ataque de pragas a plantação, ainda permitindo a verificação do solo, se está de acordo com as especificações necessárias para o plantio.


O Brasil é um País que, na dinâmica global, exporta uma grande quantidade de alimentos. Exportamos proteína animal em larga escala e somos o maior produtor de soja do mundo. Segundo a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), o Brasil exportou nos seis primeiros meses do ano cerca de 908 mil toneladas de carne bovina. Só esse ano, as expectativas de colheita da Soja é de 251,7 milhões de toneladas do grão em 2020 segundo o IBGE. Isso é um acréscimo de 4,2% em comparação a 2019. Dito isso, em termos de competitividade, a produtividade é essencial. Com o auxílio da rede 5G os nossos campos podem ter um crescimento considerável no seu índice de produtividade. O país se prepara para iniciar o leilão de concessão. O que podemos esperar para esse leilão? No próximo texto discutiremos esse tema e as suas implicações para o Brasil.

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