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Barroso: voto impresso trará caos e judicialização das eleições

Ministro do Supremo Tribunal Federal deu declaração em meio a discussão no Congresso sobre novo sistema de contabilização de votos. Arthur Lira criou comissão para análise de projeto de Bia Kicis.


Foto: Roberto Jayme/Ascom/TSE.


Atual presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Luís Roberto Barroso declarou nesta quarta-feira (05/05/2021) que a aprovação do voto impresso criará o "caos em um sistema que funciona muitíssimo bem".


Em entrevista a Globo News, Barroso definiu o sistema eleitoral atual, com urnas eletrônicas como "totalmente confiável".


A deputada federal, Bia Kicis (PSL-DF), que constitui a base de apoio do presidente da república, Jair Bolsonaro, elaborou projeto no Congresso para que a impressão de cédulas em papel na votação e na apuração de eleições, plebiscitos e referendos seja obrigatória. Nesta semana o presidente da Câmara de Deputados, Arthur Lira (PP-AL) determinou a criação de uma comissão especial com o objetivo de discutir a proposta apresentada por Bia Kicis.


O ministro do supremo na entrevista destacou o papel que este projeto traria para o pleito eleitoral, segundo a sua avaliação tal medida traria um "desejo imenso de judialização" dos processos eleitorais.


Barroso declarou ser “extremamente problemático” criar um sistema de voto impresso:

“Mas nós temos elementos mais do que suficientes para demonstrar a absoluta confiabilidade do sistema. Eu acho que o voto em cédula, inclusive é o que fala a proposta de emenda constitucional, mesmo o voto impresso pela própria urna, eu acho que seria extremamente problemática e mexeria num time que está ganhando”

“Nenhum juiz deu cautelar nem determinou suspensão da contagem ou o que fosse. Mas eu não tenho a mesma certeza de que isso aconteceria no Brasil se houvesse 50 ações judiciais”.


“Isso é a negação da democracia. A democracia é um jogo em que as regras valem para todos. Quem ganhar tem o direito de governar e quem perder tem que respeitar a vontade das urnas. Essa história de cantar a existência de fraude antes da divulgação do resultado e colocar sob suspeita um processo eleitoral que jamais identificou qualquer tipo de fraude é problemático”


Barroso destacou que a urna eletrônica contem um registro digital do voto. Segundo ele, há um certo grau de desconhecimento sobre como o sistema funciona e como ele pode ser auditado.

“Para usar a palavra da moda, ele pode ser conferido na sua integridade. A cada passo”.

“Agora, o que não pode é um partido político não mandar representante para verificar a autenticidade do programa final, para depois dizer que tem alguma coisa errada. Portanto, não é assim que se joga o jogo democrático.”

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