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  • Paulo Henrique Faria

Brazil Conference mostra que a Frente Ampla de 2022 pode vir aí

E o encerramento da “Brazil Conference” de 2021 deu o que falar na Mídia e internet afora no último sábado (17/04). Na ocasião Ciro Gomes (PDT), Fernando Haddad (PT), João Doria (PSDB), Eduardo Leite (PSDB) e Luciano Huck (Sem Partido) debateram os rumos do Brasil. No evento organizado por docentes e discentes brasileiros de Harvard e MIT, os políticos conversaram por quase três horas sobre os pormenores das crises políticas e econômicas no nosso País. O que me chamou a atenção foi que os, até então, desafetos Ciro e Doria trocaram elogios e foram cordatos mutuamente. O governador paulista chegou a mencionar Ciro várias vezes para referendar suas opiniões, sobretudo para criticar o péssimo Governo de Jair Bolsonaro.


A transmissão foi realizada no YouTube e obteve boa audiência. Mas pra além do clima amistoso entre os partícipes e, claro, a posterior repercussão gerada, destaco também que Ciro Gomes foi o que se saiu melhor entre os presentes. O presidenciável pedetista mostrou preparo, conhecimento profundo do Brasil; tudo isso com uma retórica objetiva e clara. Ciro ainda corrigiu uma informação equivocada de Haddad sobre crescimento econômico e, de quebra, fez um interessante bate-bola com os governadores tucanos e até o apresentador global Huck.

Ciro Gomes – participante pela quarta vez do simpósio – acabou sendo o centro das atenções, pois suas menções chegaram aos Trending Topics do Twitter com alguma facilidade. Ele deu alfinetadas cirúrgicas nos equívocos dos Governos FHC, Lula, Dilma e Temer. Foi duro com os absurdos gerados por Jair Bolsonaro nos últimos meses, especialmente no que tange ao enfrentamento da Pandemia.


Comentou sobre a importância de instalação da CPI da Covid e que o ex-Ministro da Saúde Eduardo Pazuello deve sofrer as consequências como um dos principais responsáveis – junto do seu ex-chefe – pelo elevado número de contaminados e mortos. Nessa parte ele, espertamente, criticou indiretamente o ex-presidente Lula, que faz claramente um cálculo político de não endossar a própria CPI ou mesmo o Impeachment.


Essas foram algumas das impressões que tive do bom evento “Brazil Conference” deste ano. Concordo com algumas críticas de que faltou figuras femininas, especialmente nesta última palestra. Por esse prisma, seria mais interessante que os organizadores tivessem chamado a ex-ministra Marina Silva (Rede Sustentabilidade), ao invés do ainda não-político Luciano Huck. Entretanto, o saldo foi positivo, porque mostrou que pode haver sim – guardada as óbvias divergências – uma união eleitoral para 2022 com figuras que vão da Centro-Esquerda, até a Centro-Direita. Vejamos como será a edição do ano vindouro.

A volta dos ataques dominicais dos petistas

No último domingo (18/04) Ciro Gomes sofreu mais uma onda de ataques coordenados de petistas, lulistas e simpatizantes. Quando abri meu perfil no Twitter, me espantei com dois itens presentes nos trends: “Ciro” e “Paris”. Ao abrir as principais mensagens e menções, deparei-me com influencers e militantes ligados ao Partido dos Trabalhadores insultando fortemente Ciro, tudo porque o político cearense deu uma reveladora entrevista para “O Globo”. Nela, Gomes detonou primeiramente a condução genocida de Bolsonaro à frente da Pandemia, bem como seus passos antidemocráticos e até criminosos ao longo dos anos.


Em um outro momento da entrevista, ao responder sobre se iria novamente para Paris, para não subir no palanque do PT em um segundo turno sem ele, Ciro usou e abusou do sarcasmo; ele disse que: “como brasileiros não podem viajar para a França pela pandemia, nesse caso vou para Tonga da Mironga", que foi uma bela referência à canção de Vinicius de Moraes & Toquinho.


Sendo mais claro, uma vez que muitos têm dificuldade de interpretar sarcasmo, ironia e metáforas, Ciro Gomes foi taxativo e complementou dizendo que não apoiaria o PT em 2022. Ele afirmou que “(...) faria hoje com muito mais convicção. Em 2018, fiz com grande angústia. Aquela eleição já estava perdida. Mesmo somando meus votos com os do Haddad, não alcançaríamos Bolsonaro. Lula mentiu para o povo dizendo que era candidato quando todos sabiam que não seria”.


Diante destas falas assertivas, os lulopetistas também usaram das Fake News para difamar o agora adversário eleitoral. Muitos tiveram a audácia de afirmar que Ciro foi para a capital francesa logo depois do primeiro turno e que sequer votou no segundo. Há aí duas informações mentirosas; 1º Ciro foi por alguns dias na verdade para Lisboa e 2º que voltou na véspera do pleito e votou em Fernando Haddad no seu colégio eleitoral de Fortaleza (Registros da própria TV Local atestam isso). Aliás ele deixou claro em coletiva, ainda na noite de 07/10/2018, que “Ele Não!” de jeito nenhum. O que ele fez e reafirmou é que qualquer um contra o fascista Bolsonaro, terá seu voto. Todavia que, por conta dos virulentos ataques sofridos e da ingratidão de Lula e asseclas, não pretende mais subir no palanque petista.


O curioso é que esse movimento contra Ciro surgiu justamente no dia seguinte da Brazil Conference. Será que a blogosfera lulopetista está com medo de Ciro Gomes disputar um segundo turno contra Lula? Eles também perceberam que figuras liberais e/ou ex-bolsonaristas como Fernando Henrique Cardoso, Roberto Freire, Rodrigo Maia, Luiz Henrique Mandetta, Gilberto Kassab, ACM Neto e João Doria estão cogitando seriamente uma composição com o PDT? Fica no ar essas duas hipóteses. Certo mesmo é que Ciro incomoda, cada vez mais, os bolsominions e também os lulistas radicais. Assim, seu caminho como a verdadeira Terceira Via ou como a figura que irá romper a polarização fica ainda mais pavimentado para lograr êxito nas eleições presidenciais de 2022.

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