- Tainara Cavalcante
Carlos Bolsonaro pode ser convocado para depor na CPI em breve
Embora a maioria dos membros concorde com o depoimento, também temem um clima de tensão entre o seu perfil “explosivo” e a postura dura de Renan Calheiros.

Foto: Marcos Brandão/Senado Federal.
O senador e também integrante da Comissão parlamentar de inquérito (CPI), Alessandro Vieira (Cidadania-SE) ,pediu a convocação do vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) para prestar depoimento.
A CPI investiga possíveis irregularidades e irresponsabilidades do governo mediante a gestão do governo federal. Até agora, várias pessoas já prestaram depoimento, como ministros da saúde, secretários e até empresas envolvidadas.
Convocação de Carlos Bolsonaro
O pedido feito pelo senador aconteceu logo após as declarações do gerente da Pfizer, Carlos Murillo, à CPI ontem (13). O gerente da farmacêutica afirmou que Carlos participou de reuniões do governo em Brasília para tratar da negociação de vacinas.
Além do filho do presidente, o Assessor Especial do Presidente da República, Felipe Martins, também foi convocado.
Em entrevista ao Portal O Globo, o senador Vieira disse que todos os citados pelo gerente da Pfizer precisam ser ouvidos. A justificativa, é entender a influência de pessoas fora do Ministério da Saúde na compra das vacinas.
Depoimento que pode provocar tensões
A maioria dos integrantes da comissão concordaram em convocar Carlos Bolsonaro. Contudo, a data para o depoimento do deputado gerou controvérsias, uma vez que a tensão entre os filhos do presidente e a CPI estão bastante acaloradas.
Eles também complementam que uma convocação de Carlos Bolsonaro agora poderia gerar uma interpretação equivocada, que poderia ser entendida como uma “perseguição familiar”.
O que a maioria dos membros argumenta, é que esse não seja o momento ideal. Principalmente depois da discussão entre o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) e o relator da comissão, Renan Calheiros (MDB-AL).
Eles se desentenderam durante o depoimento do ex-secretário de Comunicação Fabio Wajngarten, que aconteceu nesta semana.
Mesmo sem ser convidado para participar da reunião, Flávio Bolsonaro pediu a palavra e alterou o tom de voz, chegou até a chamar Renan Calheiros de “vagabundo” e insinuou que ele fosse um oportunista.
Sem contar que o perfil de Carlos Bolsonaro é bastante complicado, ele é conhecido por ser bastante “explosivo”. O que os membros da CPI temem é que, se o pedido de prisão feito por Renan Calheiros a Wajngarten por ele ter mentido, o relator pode ter posturas ainda mais duras com a alteração do tom de voz do filho do presidente.