- Carlos Eugênio dos Santos Lemos
Copom aumenta taxa Selic em 0,75%
Na noite de hoje o Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu por unanimidade elevar em 0,75 pontos a taxa básica de juros – A taxa Selic de 2% para 2,75%. O aumento já era previsto por especialistas da área econômica, inclusive recomendada.
Esse movimento de alta da taxa é o primeiro em 6 anos, e em comunicado emitido pelo Banco Central a instituição afirmou que a tendência é da continuidade da elevação da taxa Selic. Isso significa que a previsão é de alcançar 3,5% daqui a 45 dias, data em que o comitê volta a se reunir.
Relação Selic entre Câmbio e Inflação
O aumento da taxa de juros veio após a divulgação do IPCA pelo IBGE, a continuidade da pressão inflacionária ocasionou a necessidade desse aumento, tendo em vista que a taxa de juros é a ferramenta de curto prazo para barrar a crescente alta dos preços, causado principalmente pela oscilação no valor dos alimentos. Com o resultado do IPCA em fevereiro a inflação ficou na casa dos 5% nos últimos 12 meses. Caso a inflação continue a crescer, é inevitável que tenhamos sucessivos aumentos na Selic.
Apesar de a pressão inflacionária ser algo a vista para esse aumento, existe também o fator da taxa de câmbio. Essa mudança vai ter efeitos no valor do real perante a moeda norte-americana, o dólar.
A Selic em Investimentos
O aumento da taxa Selic e sua tendência de alta impacta também no cálculo dos investidores, agora investimentos de renda variável (ações) se tornam menos atrativos perante investimentos em renda fixa (Fundos e Poupança, por exemplo). Apesar do aumento da Selic ainda não garantir patamares de rentabilidade desejáveis em investimentos de renda fixa, a tendência de aumento ao longo do ano pode fomentar um movimento de migração de investidores (principalmente investidores de cunho mais averso ao risco) a voltarem para os seus investimentos mais seguros.