- Elisa Costa
Crise hídrica no Brasil: Ministério de Minas e Energia culpa condições climáticas
Ministro Bento Albuquerque vê a situação com “tranquilidade” e diz não ser um motivo para preocupação.

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Nesta terça-feira (01/06/2021) a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) divulgou a criação do “gabinete de situação” para monitorar as condições elétricas do país, após um apagão de cerca de 20 minutos atingir estados da região Nordeste, Norte e Centro-Oeste, na última sexta-feira (28/05/2021). A energia não foi restabelecida de imediato em Sergipe, Amapá e Mato Grosso do Sul. Moradores de São Paulo e Rio Grande do Sul também notificaram um apagão mais cedo no mesmo dia.
A razão do apagão se dá pela atual dificuldade do sistema elétrico de transmitir energia de um local que tem energia sobrando para um local que tem déficit. O fator é chamado de “limitação de intercâmbio”.
Problemas no sistema elétrico
No dia do apagão, o governo emitiu um alerta para uma emergência hídrica em 5 estados das regiões Sul e Sudeste do país, por conta da seca que atinge esses locais desde o ano passado e fez os reservatórios caírem de nível. O controle das barragens deve ser acionado para evitar outros apagões.
Em discurso no evento Brazil Investment Forum 2021, o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque comentou: “No que se refere à crise hidrológica, ela é decorrente das mudanças climáticas... então eu vejo esse momento com serenidade, nós estamos muito bem organizados". Porém, no mesmo dia do apagão, a Aneel anunciou que a conta de luz ficará mais cara a partir de junho deste ano. O aumento é consequência dos debates sobre a privatização da Eletrobras, que ocasionou o custo de acionamento de usinas térmicas e importação de eletricidade.
Bento Albuquerque afirmou que o Brasil continuará investindo na expansão de sua matriz elétrica nos próximos anos, como forma de suportar o crescimento econômico, calculando um investimento de cerca de R$400 bilhões.