- Tainara Cavalcante
Futebol em tempos de pandemia: já não vimos isso antes?
Há cem anos o governo brasileiro também iria sediar a Copa entre os países da américa, contudo, foi adiada por causa da pandemia de gripe espanhola. Hoje a história se repete, mas com desfechos diferentes.

Foto: Jarry S/Getty Images.
Em 1918 o Brasil também enfrentava uma grande epidemia, mas de gripe espanhola. Por coincidência, também em tempos de Copa Sul Americana, hoje conhecida como Copa América.
Embora o Brasil tenha vencido o Uruguai e estreado a avalanche de títulos para o Brasil, a forma como o futebol e a pandemia foram tratados foi um pouco diferente da atual.
Assunto que foi lembrado por várias pessoas nas redes sociais, depois que o Brasil virou alternativa para o campeonato.
Campeonato em meio a COVID
Com mais de 400 mil mortes, uma vacinação lenta e uma possível terceira onda da COVID-19 no país, a Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol) anunciou que o Brasil vai sediar o campeonato daqui a duas semanas.
Copa americana, que foi recusada por Argentina e Colômbia por causa da pandemia de coronavírus.
A decisão gerou polêmica pelo aumento dos casos, aglomerações em volta dos estádios, o entra e sai de estrangeiros e até a possível vacinação das confederações.
Isso porque não vai dar tempo de vacinar todo mundo. As vacinas precisam de um tempo mínimo para a aplicação da segunda dose. Contudo, os jogos se iniciam ainda este mês.
Mesmo em meio às críticas, o presidente Jair Bolsonaro confirmou o campeonato no Brasil. “ no que depender de mim, de todos os ministros, inclusive o da saúde, haverá Copa América no Brasil”, disse.
Ele ainda complementou que a polêmica em volta do assunto foi criada pela “mídia da Globo".
Copa há 100 anos
Assim como nos tempos atuais, o governo chegou a negar a gravidade da doença, que se multiplicou no Brasil com a chegada de estrangeiros por meio de navios no Brasil em 1918. Contudo, as medidas preventivas não demoraram a ser recomendadas.
Enquanto os hospitais lotavam e o número de mortes aumentava, o governo do Rio de Janeiro começou a se preocupar com a Copa Sul América, que aconteceria em novembro daquele ano.
O estado já tinha contabilizado 15 mil mortes entre setembro e novembro, o que fez as autoridades suspender todos os eventos esportivos. Embora houvesse pressão para que a disputa fosse feita em outro país, o evento foi adiado.
No ano seguinte, com o número de casos e de mortes diminuindo, a Copa Sul-Americana finalmente aconteceu no país, onde o Brasil venceu a final por um a zero contra o Uruguai.