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  • Welyson Lima

General Santos Cruz: movimento de politização das Forças Armadas deve ser repudiado

Menos de 24 horas depois do pedido de demissão de Fernando Azevedo e Silva do Ministério da Defesa, comandantes do Exército, Marinha e Aeronáutica entregaram seus cargos conjuntamente


O pedido de demissão por parte do agora ex-ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva gerou muita agitação na política e na sociedade. Com a saída do ex-ministro Fernando Azevedo e Silva, os comandantes do Exército, Marinha e Aeronáutica também entregaram seus cargos. Para as forças armadas o que há entre os setores da ala bolsonarista é um movimento que sinaliza aventura golpista no país.


O general Carlos Alberto dos Santos Cruz, que foi Ministro-chefe da Secretaria de Governo de janeiro a junho de 2019, diz em entrevista para o programa CB.PODER, uma parceria entre o Correio e TV Brasília, que o movimento de politização das Forças Armadas é motivo de repúdio.


O ex-ministro repudiou a total falta de transparência por parte do Presidente Bolsonaro na reforma ministerial ocorrida na última segunda-feira. Perguntado se foi surpreendido com a retirada de Fernando Azevedo do Ministério da Defesa e a saída dos demais comandantes das Forças Armadas (Exército, Marinha e Aeronáutica), o general Santos Cruz disse que ficou surpreso com a saída repentina do ministro Fernando Azevedo, afirmando que é um direito. Porém, o que o chocou foi o motivo, que segundo Santos Cruz, pode ter sido por "alinhamento político" e "politização partidária das Forças Armadas".

Ainda para a entrevista, Santos Cruz diz que "existe esse desejo, isso aí é abuso inaceitável da politização das Forças Armadas". E ainda acrescentou em sua fala: "As FAs não são instrumento de intimidação política, pressão política, de projeto de poder pessoal".

O general Santos Cruz também foi questionado sobre a reunião de comandantes militares com o novo ministro da Defesa, Braga Neto, que teria dito " missão dada, missão cumprida" a respeito do desejo de Bolsonaro que pedia apoio das FAs para que dessem ajuda no combate ao "lockdown" nos estados. Santos Cruz disse enfaticamente que "Exército não é instrumento para resolver questões políticas nem jurídicas" e acrescentou: "Se você tem diferença com o governador, resolva com o governador, não tem nada a ver com as forças armadas".


Para ele, Bolsonaro só tem um projeto no atual momento "o único projeto que nós vemos é de reeleição", afirmou.


Sobre a reforma ministerial, Santos Cruz diz que na área política há um objetivo de reeleição por parte do presidente Bolsonaro. Com a nomeação de uma nova ministra na Secretaria de Governo, o general considera que "isso tudo são arrumações políticas". Mas ressalta que "o que garante a sustentação política dele (Bolsonaro) são os seus eleitores".


Para o cientista político, Octavio Amorim Neto, professor da FGV no Rio de Janeiro, o movimento em direção a uma aventura golpista de Bolsonaro "ficou mais difícil". Porém, ele vê como mais possível a adesão de policiais que propriamente de militares a uma eventual aventura de golpe.

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