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  • Carlos Eugênio dos Santos Lemos

Governo Bolsonaro pediu propina de US$ 1 por dose, afirma reportagem da Folha de São Paulo

Atualizado: 24 de jul. de 2021

O representante de uma vendedora de vacinas afirmou em entrevista à Folha que recebeu pedido de propina

Foto: Reprodução


Segundo reportagem da Folha de São Paulo, Luiz Paulo Dominguetti Pereira, que se apresenta como representante da empresa Davati Medical Supply, disse que o diretor de Logística do Ministério da Saúde, Roberto Ferreira Dias, cobrou a propina em um jantar no restaurante Vasto, no Brasília Shopping, região central da capital federal, no dia 25 de fevereiro.


Roberto Dias foi indicado ao cargo pelo líder do governo de Jair Bolsonaro na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR). Sua nomeação ocorreu em 8 de janeiro de 2019, na gestão do ex-ministro Luiz Henrique Mandetta (DEM). A reportagem da Folha buscou contato com Roberto Dias, mas ele não atendeu as ligações da revista.


Ainda na reportagem, a empresa Davati estava interessada em negociar 400 milhões de doses da vacina Astrazeneca por US$ 3,5 por cada (depois disso passou a US$ 15,5). "O caminho do que aconteceu nesses bastidores com o Roberto Dias foi uma coisa muito tenebrosa, muito asquerosa", disse Dominguetti.


"Aí ele me disse que não avançava dentro do ministério se a gente não composse com o grupo, que existe um grupo que só trabalhava dentro do ministério, se a gente conseguisse algo a mais tinha que majorar o valor da vacina, que a vacina teria que ter um valor diferente do que a proposta que a gente estava propondo", afirmou à Folha o representante da empresa.


Ainda na entrevista, o representante falou ainda que tinha um militar do exército e um empresário de Brasília no encontro. A Folha de São Paulo perguntou qual seria essa 'forma'. "Acrescentar 1 dólar", respondeu. Segundo ele, US$ 1 por dose. "E, olha, foi uma coisa estranha porque não estava só eu, estavam ele [Dias] e mais dois. Era um militar do Exército e um empresário lá de Brasília", ressaltou Dominguetti.


A Folha questionou se teria certeza que o encontro foi com o diretor de Logística do ministério, Dominguetti respondeu: "Claro, tenho certeza. Se pegar a telemetria do meu celular, as câmeras do shopping, do restaurante, qualquer coisa, vai ver que eu estava lá com ele e era ele mesmo".

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