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  • Bruno Cardozo

O Triste fim de Dilma Rousseff, a primeira Presidente da República Federativa do Brasil

Bruno Cardozo, Jornalista, Marketeiro e Diretor da Agência Arcturus.


Lembro, do dia 1 de Janeiro de 2011, data de sua posse, orgulhosa de ser a Primeira Presidenta eleita pelo povo, ela havia prometido que iria honrar cada "brasileira e brasileiro" que havia a colocado naquele cargo.


Eu estava lá, não na sua posse, mas na sua campanha, ao lado da minha mãe e de minha vó, duas trabalhistas que fizeram parte da história da ex-presidente, minha vó, trabalhou na Secretaria da Fazenda de Porto Alegre como servidora pública de 1984 a 1989, fazendo faxina e servindo cafés, e conheceu a ex-presidente. Minha mãe, lutou arduamente contra o golpe (nem sei se ainda podemos chamar assim) de 2016 e foi para as ruas defender o seu mandato.


Lembro como se fosse ontem, minha mãe e minha avó, abraçadas, chorando, por finalmente verem uma como elas, no poder, mas infelizmente, elas erraram. Não erraram jamais por ter votado em Dilma, o que ela havia prometido não era mais do mesmo, havia prometido reformas estruturais para o país, havia prometido a ampliação do bolsa família e havia prometido a construção de novas Universidades Federais.


Ela não errou, fez reformas estruturais: Tirou direitos dos trabalhadores com a sua reforma da Previdência e colocou na economia Joaquim Levy, um liberal que prometeu inúmeras privatizações e retiradas de direitos. A educação foi sucateada e o bolsa, já não agregava mais a família. O governo Dilma, foi se corroendo e despedaçando porque segundo minha vó, que pra mim tem a sabedoria política, era Lula manipulando seu governo e o correndo de dentro para fora.


Tempo passou, golpe passou também, e chegamos em 2018. Dilma, a então ex-presidente arrasada por um Impeachment construída pelo quadrilheiro Eduardo Cunha, tinha intenção de ser candidata ao Senado Federal (que 2 anos antes, havia feito um discurso emocionado e histórico). O então candidato à Presidência da República, Ciro Gomes (PDT) a convidou, para ser candidata pelo Ceará, entendendo que ali, ela derrotaria a velharia corrompida da política cearense, e ainda, faria justiça contra as injustiças que haviam sido feitas. Eleição ganha, sem muitas dificuldades, porque mesmo tendo tido um governo desastroso, Dilma havia feito história no Ceará. Mas Lula não deixou, disse nos bastidores que não havia sentido, uma mineira ser candidata pelo Ceará, mas sabemos que a verdade, é que ele precisava reeleger Eunício de Oliveira, um dos capitães do golpe de 2016. Dilma, então candidata ao Senado por Minas, perdeu em 4° lugar, por, mais uma vez, ser vítima da pirotecnia e do lavajatismo.


Nas coordenadas do tempo, chegamos em 2022, Dilma é escondida e rejeitada, pelo povo? Não. Pelo seu próprio partido e pela "maior liderança de esquerda da América Latina", porque realmente não faz sentido, dizer que em 16 foi um golpe, e hoje se aliar com os mesmos que articularam o golpe, porque não faz sentido dizer que luta contra o neoliberalismo e ainda assim continuar colocando banqueiros na economia, porque não faz sentido organizar o maior partido de "esquerda da América Latina" e ainda assim concentrar-se em uma só liderança, por isso, escondem Dilma.


Aquela que era pra ser a Outsider da política brasileira, foi se tornando no fim, refém do seu próprio discurso, politicamente, não tem mais espaço no PT, fisicamente, está cansada de tanto lutar e lutar e ver que não chegou a lugar nenhum. Dilma, era aquela, que quando diziam que o inferno está cheio de boas intenções à citavam. Sim, Dilma teve excelentes intenções, mas não estava no lugar certo e nem na hora certa, e ficou à míngua, apenas fazendo notinhas e críticas públicas, mas sem poder ser aquela mulher forte, que minha avó conheceu.

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