- Welyson Lima de Sousa
Para o Dia Nacional do Leitor, um pouco da história do Livro
Atualizado: 25 de jul. de 2021
Welyson Lima de Sousa
Professor graduado em Letras (CESB-UEMA), pós-graduado com especialização em Língua Portuguesa e Literatura Brasileira. Acadêmico de Jornalismo, atuando também como Redator e Revisor Textual
No dia 07 de janeiro, no Brasil, comemora-se o Dia Nacional do Leitor, uma data que faz homenagem também ao dia de fundação do Jornal cearense“ O POVO”, ocorrido em 07 de janeiro de 1928 pelo poeta e jornalista Demócrito Rocha. Um jornal que marcou época por, além de apresentar em seus noticiários fatos políticos e ter contribuído no combate à corrupção, também se notabilizou por ter um espaço voltado à divulgação do movimento literário cearense. Pensando nesta data comemorativa, quis falar daquele que, não só forma leitores, como se torna o melhor amigo deles: o livro!
Para mim, faz-se necessário, a meu ver, especialmente porque sou amante da leitura, falar sobre o assunto. Dessa forma, neste artigo, preferi abordar um pouco da história do livro.
A priori, sabe-se que o livro foi e é, entre tantas invenções humanas, uma das mais revolucionárias. E mais que um produto industrial, o livro assume na vida das pessoas um papel importante de veículo de comunicação, um suporte de informação. Antes que o homem pensasse em utilizar determinados materiais para escrever, como fibras, vegetais e tecidos, por exemplo; as bibliotecas da antiguidade estavam repletas de textos gravados em tabuinhas de barro cozido. Eram então os primeiros “livros”, que com o tempo foram modificados até chegarem a serem feitos em grandes tiragens em papel impresso mecanicamente, proporcionando facilidade de leitura e transporte. E com eles, foi possível em todas as épocas, transmitir acontecimentos históricos, descobertas, tratados, códigos ou apenas entretenimento.
Na modernidade editorial das sociedades de consumo, o livro pode ser considerado uma mercadoria cultural. Com isso, pode ser comprado, vendido ou trocado. Porém, isso não ocorre com sua função insubstituível, ou seja: instrumento cultural de propagação de ideias, conceitos, documentação, e claro, acumulação de conhecimento. A escrita vence o tempo e o livro conquista espaço. Teoricamente, toda a humanidade pode ser atingida por textos que difundem ideias que vão desde os grandes filósofos antigos aos teóricos contemporâneos.
É interessante notar, para quem já leu sobre a história do livro, que a história dele se confunde com a da própria humanidade. Sempre que escritores escolhem temas, transmitindo conceitos, estão elegendo assim aquilo que consideram significativo no momento histórico e cultural que vivem. Dessa forma, fornecem dados para a análise de sua sociedade. O conteúdo de um livro integra a estrutura intelectual dos grupos sociais.
Inicialmente, ainda nos primeiros tempos, os escritores viviam em contato direto com seu público, formado por poucos letrados, mas já cientes das opiniões, ideias, imaginação e teses do autor, simplesmente pela própria convivência que tinham com ele. Até o século XV, o livro servia exclusivamente a uma pequena minoria de sábios e estudiosos que constituíam os círculos intelectuais, confinados aos mosteiros no início da Idade Média e que tinham acesso às bibliotecas, cheias de manuscritos ricamente ilustrados.
Em fins do século XIV, com o reflorescimento comercial na Europa, burgueses e comerciantes passaram a integrar o mercado livreiro da época. A erudição se laicizou e aumentou consideravelmente o número de escritores, surgindo também as primeiras obras escritas em línguas, que não eram o latim e o grego, uma vez que essas línguas estavam estritamente reservadas aos textos clássicos e aos assuntos que eram considerados dignos de atenção. Já nos séculos XVI e XVII, surgiram diversas literaturas nacionais, demonstrando, além do florescimento intelectual da época, que a população letrada dos países da Europa estava mais capacitada a adquirir obras escritas.
Com o advento do sistema de impressão por Gutenberg, a Europa conseguiu dinamizar significativamente a fabricação de livros, imprimindo, em cerca de cinquenta anos, aproximadamente vinte milhões de exemplares para uma população de quase cem milhões de habitantes, sendo a maioria analfabeta. Só que para a época isso significou enorme revolução, demonstrando que a imprensa só se tornou uma realidade diante da necessidade social de ler mais.
A história do livro é antiga e demasiadamente longa. Mas o que não se deve esquecer de mencionar, sobre essa que foi uma das mais importantes e revolucionárias invenções humanas, é que mais do que um produto industrial, o livro, antes de tudo, é funcional e seu conteúdo é que lhe confere o devido valor.
E para este dia especial, Dia Nacional do Leitor, fica minha dica, caro amigo leitor: revolucione-se culturalmente, leia sempre mais! Parabéns pelo dia!
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