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  • Solange de Oliveira Silva

Volta às aulas e a Pandemia


 

Por Solange de Oliveira Silva, professora.

 

Em 2020 vivemos um caos total na educação gerado pela pandemia e pela falta de uma direção Federal nos rumos da Educação Brasileira. Professores, tanto de escolas públicas como particulares, tiveram que se reinventar para aproximar alunos de conteúdos ou apenas estabelecer o vínculo escolar. Foi um ano de transformações e nós professores esperávamos que em 2021 esse quadro pudesse se tornar diferente.


Estamos voltando e, pelo menos, no que diz respeito à escola pública, pouca coisa mudou. Estamos voltando para as mesmas necessidades escolares de sempre. Prédios não revisados pelo poder público, com sérios problemas de infraestrutura, até mesmo para atender o mínimo de alunos possível. Banheiros com vasos sem tampas, pias sem torneiras, salas quentes sem ventilação adequada, prédios com telhados cheios de problemas. No caso de chuvas fortes, há escolas que nem teriam como não colocar os alunos aglomerados num cantinho da sala.


Em 2020 também ficou visível a necessidade se modernizar a educação brasileira no âmbito tecnológico. Lousa e giz não é mais admissível para uma escola. Precisamos envolver docentes e discentes neste mundo para ampliar a construção de novos conhecimentos. Não quero dizer que a escola futurista envolverá apenas aspectos tecnológicos, pois pensando no que se refere a construção do saber, ainda necessitamos, enquanto seres humanos, de práticas manuais como brincadeiras, jogos, toca de ideias, contato com o outro. O que quero deixar registrado é que a tecnologia seria mais uma ferramenta no ambiente de aprendizagem.


A estrutura não mudou muito, a implementação de novos recursos não aconteceu, mas a escola tem que voltar a funcionar de qualquer forma. Professores, funcionários e pais de alunos inseguros e perdidos. Diretores se dedicando muito para transformar a escola em um ambiente sadio e seguro para a chegada de todos.


Tivemos praticamente quase 11 meses para se pensar que essa volta não poderia ser com as escolas de antes. 11 meses para se revisar as estruturas das escolas, planejar ajustes e implantar soluções para uma escola “nova”. Hoje, chagada a hora da volta, o plano é passado para gestores com menos de duas semanas de antecedência, para que estes dessem conta de enumerar e resolver problemas como mágica. Onde estavam as esquipes de infraestrutura dos governos que não trabalham em conjunto com a saúde e a educação? Onde estavam todos que resolveram trabalhar de seus quadrados, se esquecendo que para este momento o trabalho coletivo é muito mais importante para se propiciar a volta dos estudantes?


Todos sabemos que a Educação é muito importante e quem sem ela um país não poderá seguir em frente e crescer. Sabemos que as crianças que tem menos recurso perecerão se as escolas permanecerem fechadas por mais tempo. Sabemos que a escola pública não é responsabilidade apenas da comunidade escolar, mas de toda a sociedade e precisa funcionar. O que não entendemos ainda é que a desigualdade social que abate as escolas públicas do nosso país, nos dias atuais, um dia chegará as escolas particulares, num futuro não muito distante.


O que toda sociedade precisa entender é que, brigar por uma escola pública de qualidade não deveria ser só dever de quem precisa, utiliza ou trabalha nela. É sim um dever de toda sociedade que busca viver num país desenvolvido, com profissionais mais capacitados e independentes. Precisamos criar consciência da importância da educação de um povo em todos os sentidos e que não devemos insistir em governos que não valorizam a educação popular, ignorantes às suas mazelas e com crenças que a impedem de andar para frente. Educação é o eixo fundamental para que o povo brasileiro se destaque como uma grande nação.


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